terça-feira, 5 de maio de 2015

Amanhã é o dia Do Passa Língua Facebookiano…

Há mais ou menos uma semana que não conversamos, sei que compreendes os meus silêncios, tal como me compreendes naqueles dias em que o alarido se apossa da minha alma tal paixão assolapada e em estado viral faço uma barulheira infernal, logo estou desculpada!
Hoje, estou a bem dizer: Pesarosa.
E porquê? Perguntas… Já reparaste na frivolidade que se apossa das redes sociais sempre que há um dia de qualquer coisa?
São tantos os dias que os dedos das duas mãos jamais chegariam se por acaso algum utilizador mais picuinhas se desse ao trabalho de os contar, tal como se contam os carneirinhos nas noites mal dormidas. Estás a imaginar a lumiaria que seria, no Facebook por exemplo… Um dia de, mais outro de, e logo outro de uma meleca qualquer, etc, etc.
São tantos os dias (de) que já por várias vezes estive tentada em criar o dia da minha rica pessoa, que te parece?
E por falar em pessoa, não uma pessoa qualquer mas aquela outra Pessoa, Pessoa ou outro dos que elevaram bem alto a língua mãe e que esta noite tal como eu devem estar pesarosos, ou quem sabe desiludidos com os portugas, marias vão com as outras… Que hoje, logo hoje em que se comemorou o dia da Língua Portuguesa e da Cultura na Lusofonia, tirando a um ou outro utilizador mais atento, à grande massa colectiva o mesmo não mereceu sequer um piropo!
Não mereceu um piropo mas podia-lhe ter sido oferecido um beijinho… qual beijinho qual quê, um olhar mais atrevido pois então… Porque não? Ou mesmo um valente amasso, daqueles em que as meninas suspiram com um certo pudor e aos meninos dá uma pica do caraças, e pronto está armado mais um amarfanhado colectivo!
Já imaginaste a cara de caso do Camões, logo ele, o pai da Língua… Por acaso um pai não merecia dois dias em sua homenagem, com grande pompa e circunstancia facebookiana,  e assim hoje se tivesse homenageado a língua que ele, coitado, mesmo lá onde judas perdeu as botas, e ainda assim se deu a uma trabalheira do caraças para deixar por cá,  a nossa rica Língua Portuguesa.
Ainda há pouco quando trocamos uma opinião sobre o caso ele me segredava que se calhar: Se calhar, o dia passou em claro e a culpa deve ter sido do tal acordo que se cozinhou na lusofonia, é que parece que se enganaram na receita e em vez de uma quantidade mais elevada de gramática portuguesa introduziram no caldeirão uns biscates que ainda não se sabe muito bem para que servem.
Mas enfim… mais um dia (de) que passou e eu amanhã sempre vou proclamar o dia da minha pessoa… também tenho direito, ou será que não?
Estão ali a segredar que a palavra Facebookiar não existe, e como sou do contra amanhã é o dia Do Passa Língua Facebookiano.
Que te parece?