Há mais ou menos uma semana
que não conversamos, sei que compreendes os meus silêncios, tal como me compreendes
naqueles dias em que o alarido se apossa da minha alma tal paixão assolapada e
em estado viral faço uma barulheira infernal, logo estou desculpada!
Hoje, estou a bem dizer: Pesarosa.
E porquê? Perguntas… Já reparaste
na frivolidade que se apossa das redes sociais sempre que há um dia de qualquer
coisa?
São tantos os dias que os
dedos das duas mãos jamais chegariam se por acaso algum utilizador mais
picuinhas se desse ao trabalho de os contar, tal como se contam os carneirinhos
nas noites mal dormidas. Estás a imaginar a lumiaria que seria, no Facebook por
exemplo… Um dia de, mais outro de, e logo outro de uma meleca qualquer, etc,
etc.
São tantos os dias (de) que já
por várias vezes estive tentada em criar o dia da minha rica pessoa, que te
parece?
E por falar em pessoa, não
uma pessoa qualquer mas aquela outra Pessoa, Pessoa ou outro dos que elevaram
bem alto a língua mãe e que esta noite tal como eu devem estar pesarosos, ou
quem sabe desiludidos com os portugas, marias vão com as outras… Que hoje, logo
hoje em que se comemorou o dia da Língua Portuguesa e da Cultura na Lusofonia, tirando
a um ou outro utilizador mais atento, à grande massa colectiva o mesmo não
mereceu sequer um piropo!
Não mereceu um piropo mas
podia-lhe ter sido oferecido um beijinho… qual beijinho qual quê, um olhar mais
atrevido pois então… Porque não? Ou mesmo um valente amasso, daqueles em que as
meninas suspiram com um certo pudor e aos meninos dá uma pica do caraças, e
pronto está armado mais um amarfanhado colectivo!
Já imaginaste a cara de caso
do Camões, logo ele, o pai da Língua… Por acaso um pai não merecia dois dias em
sua homenagem, com grande pompa e circunstancia facebookiana, e assim hoje se tivesse homenageado a língua que
ele, coitado, mesmo lá onde judas perdeu as botas, e ainda assim se deu a uma trabalheira
do caraças para deixar por cá, a nossa
rica Língua Portuguesa.
Ainda há pouco quando
trocamos uma opinião sobre o caso ele me segredava que se calhar: Se calhar, o
dia passou em claro e a culpa deve ter sido do tal acordo que se cozinhou na
lusofonia, é que parece que se enganaram na receita e em vez de uma quantidade
mais elevada de gramática portuguesa introduziram no caldeirão uns biscates que
ainda não se sabe muito bem para que servem.
Mas enfim… mais um dia (de)
que passou e eu amanhã sempre vou proclamar o dia da minha pessoa… também tenho
direito, ou será que não?
Estão ali a segredar que a
palavra Facebookiar não existe, e como sou do contra amanhã é o dia Do Passa Língua Facebookiano.
Que te parece?