quarta-feira, 17 de agosto de 2011

saltos de dez


Faz algumas horas que não te escrevo, mas agora o bichinho começou a roer, é mais forte que eu. Tantas as coisas que tenho para te dizer que não caberia tudo na eternidade, mas tu tens esse condão fatalista de correr com os meus pensamentos, eu sei meu amor não é caso pensado, - porque me olhas dizes tu- no momento mais impróprio, naquele em que respiro fundo e tento articular palavra, que se esvai na tua interrogação. Respondo simplesmente pelo prazer que me dá olhar-te.
Então sou obrigada a escrever-te. Vai longa a saga onde tento transcrever a junção da nossa vida.
Quando te digo que te prefiro longe, nunca duvides da minha palavra, de seguida se te disser chega-te a mim, olha que nunca falei tão sério, eu sei sou um caso complicado com o qual tens que aprender a viver, dizem que as mulheres são complicadas, ou esqueceste?
Mas tu também tens os teus momentos complicados, lembraste quando fizeste birra porque estavas constipado e eu achei que a doença não era de cuidado, pois, não se morre de constipação, quando muito de gripe, ou será que morre? E naquele dia em que teimaste bater perna pela cidade às três da tarde com quarenta graus à sombra, lá me arrastastes atrás de ti pelas ruas empedradas, de encontro às paredes brancas. Resultado estraguei as sandálias acabadas de comprar, que me custaram os olhos da cara, eu sei meu amor, quem me mandou a mim comprar umas sandálias com saltos de dez centímetros e da espessura de uma agulha, para vir passar férias numa cidade onde as ruas são todas a subir e vice-versa, com enormes crateras onde nascem beldroegas por entre o empedrado.
Mas sabes o que me fascina em ti, é que depois de cada raspanete que me dás, me pegas no colo e me embalas como criança, nesses momentos meu amor eu sei, não conseguimos viver juntos mas somos inseparáveis.
Agora a noite vai alta beijo-te e mordisco-te a orelha, só pelo prazer de te ver sorrir.
  



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