Porque negas e afastas a
possibilidade de felicidade, agora ao olhar-te reparo no peso que transportas
nos ombros caídos, reparo nas rugas profundas em redor dos olhos, mas o que
mais me amedronta é a falta de brilho no teu olhar.
Ouvi há muito tempo um velho
dizer mais ou menos isto: Que quem nunca esquece acaba vegetando sob uma
saudade soterrada em mágoa, quem nunca esquece jamais perdoará, ou dará oportunidade
ao recomeçar. Dizia ele que esquecer não significa ingratidão, tampouco será
afastamento, esquecer é a capacidade de arrumar no subconsciente momentos bons
e maus, só quem tem a capacidade de arrumar ventura e desventura consegue
perdoar, só perdoando a nós e aos outros estaremos aptos a recomeçar.
A vida é feita de fracassos e
vitórias.
Agora sei-te duvidando desta
minha prosa, que quero afinal, nada, simplesmente nada e tudo, esta não passa
de uma conversa comigo mesma, não passa de desilusão, sendo eu desilusão aos
teus olhos e tu desencanto aos meus, será que nada mais resta que afastamento cómodo. Que se tranquem os sonhos e a seu lado adormeça a vontade, que se vede
o amor e a seu lado a esperança, ditamos amiúde sempre que recordamos.
Repara, deixei de falar na segunda pessoa,
porque são precisos dois para destruir vida que em tempos foi una.
Daqui para a frente falarei
de vazio, o vazio deixado pelo perdão que nunca aconteceu.
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