Estive o dia todo indecisa,
sem saber se deveria escrever-te esta noite, ou não.
Mas o bem que me faz
conversar contigo, levou a melhor às indecisões.
Passei a tarde preocupada com
o Fred. Pois é, não sabes quem é o Fred, ou o Frederico quando faz asneira. É um
Yorkshire Terrier com quase treze anos, e que me adoptou há quatro anos atrás,
quando abandonado à sua sorte.
Hoje não quis comer o dia
todo e rosnava por tudo e por nada, já ontem assim foi, coisa que ele faz com frequência,
está a ficar senil. A idade, acumulada com os traumas que sofreu acabaram por
lhe alterar o comportamento. Julgo, conforme tem momentos agitados, é
extremamente dócil, tem sido o companheiro perfeito. Por causa do seu estado,
acabei por ficar em casa, e não fui visitar a mãe, mas ela compreende, entretanto ocupei o tempo a pesquisar possíveis maleitas para
o Fred não querer comer. Por sorte ao serão voltou ao normal e agora dorme
regaladamente no seu sofá.
Penso, que estás a achar a
conversa de hoje um pouco chata, até compreendo, mas, tens que concordar
comigo, que há demasiados animais abandonados por aí. São tudo cravos e rosas
quando são pequeninos, mas eles crescem e dão trabalho, para além da despesa. Há
que pensar bem antes de arranjar um animal, tal como as pessoas não são utensílios
descartáveis, ou não deveriam ser.
Por isso, amanhã prometo que
falarei do nosso passeio pelas esquinas da Primavera.
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